Psicólogo destaca importância da família na recuperação das drogas

Para o psicólogo, a solidão, que é um fator que pode levar o indivíduo a usar drogas, não deve ser considerada como doença. “Comecei a usar drogas por presenciar sempre meu pai e minha mãe brigando em casa, e, muita dessas vezes, ele a agredia fisicamente”. Esta é a declaração de um jovem que desejou não revelar identidade, temendo represálias e preconceitos por parte de amigos e familiares. Ele também afirmou ter começado a usar drogas em consequência da falta de estrutura familiar. Ainda de acordo com o jovem, a ausência do pai e da mãe na fase de adolescência do filho pode ser também um fator determinante para que o adolescente se torne um usuário de drogas. “Eu presenciava atos de violência dentro de casa; meu pai, desempregado e batendo na minha mãe, isso só me levava para a rua, onde havia a ‘minha galera’. Só que, para ficar no grupo, tinha que cheirar ou usar crack”, contou o jovem. Tratamento Para o psicólogo Ary Nepote, a solidão é uma das razões para levar o jovem a usar drogas. “A solidão social em um grupo ao qual a pessoa pertencia e no qual passou a ser descriminada, a rejeição e também a ‘solidão cósmica’ – que é a ausência de Deus na vida das pessoas – podem ser fatores determinantes”, destacou Nepote. De acordo o Nepote, o jovem está afastado da família, que, segundo ele, hoje padece de um grande mal: o isolamento das pessoas na própria casa onde vive. “As pessoas não vivem juntas, moram juntas. Cada um tem afazeres específicos e, no momento em que esses afazeres terminam, buscam compensações, muitas vezes pela internet, que também é uma busca de referência de grupos sociais fora da família, assim como a internet, de certo modo, também os ajuda a se perceberem”, ressaltou Para o psicólogo, a solidão, que é um fator que pode levar o indivíduo a usar drogas, não deve ser considerada como doença. “Não podemos considerá-la como doença. Se me falta comunicação, falta proposta de encontro. Às vezes também não se tem a compreensão de que um diálogo é necessário e que, quando o silêncio é um fator que permanece no ambiente doméstico familiar onde eu pertenço, esse tipo de vazio tem que ser preenchido com propostas”, ressaltou. Questionado sobre as campanhas feitas pela mídia e que estão sempre direcionadas ao público jovem, o psicólogo alerta para a importância da participação da família no processo de recuperação das drogas. “Hoje está faltando para a família o papel de mediar o que a imprensa diz a respeito, com a realidade que a família convive, porque cada família tem valores e propostas, tem interesses e motivações pertinentes ao próprio grupo. Na medida em que isso pode ser mediado com as informações que a imprensa traz, é justo afirmar que a mídia também tem um fator educativo”, disse Ary. Segundo Nepote, o tratamento que pode produzir algum resultado na recuperação da dependência química é o que o próprio grupo de referência participa. “A família é a peça fundamental na recuperação das drogas, isso porque nós nunca devemos nos esquecer de que o ambiente onde o indivíduo mora é o ambiente natural onde ele sobrevive e convive”, orientou o psicólogo, enfatizando que “a família é fundamental no processo terapêutico de resgate à dignidade, pois nenhum tratamento por si só pode resolver o problema da dependência, fortalecendo a estrutura familiar, ele leva no seu conteúdo psíquico o valor da família na participação de sua recuperação”, comentou o psicólogo Ary Nepote.



Fonte:  http://www.noticiasdabahia.com.br/ultimas_noticias.php?cod=10683

As muitas vozes da solidão: de inimiga a amiga




Meu irmão! Queres caminhar para a solidão? Queres procurar o caminho que conduz a ti mesmo? Detém-te um pouco e escuta-me. ‘Aquele que procura, facilmente se perde a si mesmo. Todo partir para a solidão é culpa – assim fala o rebanho. E tu fizeste parte do rebanho durante muito tempo. A voz do rebanho continuará ressoando dentro de ti. Queres, porém, percorrer o caminho de tua tribulação, que é o caminho para ti mesmo? Mostra-me, então, teu direito e tua força para fazê-lo’. Nietzsche, Assim falou Zaratustra (Do caminho do criador)

Esta bela passagem da obra prima de Nietzsche traz em tona uma forte crítica ao projeto de vida que foi construído pela modernidade, ao mesmo tempo que sustenta a idéia do além-do-homem, aquele homem que para Nit consegue se libertar do peso dos valores de sua época – transvaloração dos valores.
Nietzsche começa surpreendendo dizendo que a solidão é o caminho que nos conduz para nós mesmos. O sentido da solidão que Nietzsche nos fala deve ser compreendido dentro de uma perspectiva existencialista, enquanto uma situação que permite ao homem um (re)inventar-se, superando obstáculos e condições difíceis que evidentemente fazem parte do devir, em contraposição com a ingênua idéia de que a vida pode ser isenta de sofrimento.
A solidão que não nos serve, de tal modo que Nietzsche chama nossa atenção para nos desprender do peso moral que ela sustenta (Todo partir para a solidão é culpa – assim fala o rebanho), é aquela enquanto estado abominado pela sociedade, carregada de sentido patológico. Esse sentido do termo, certamente sustentado por uma base moral cristã, é nos imposto pelo rebanho, pela cultura de massa que nos faz acreditar que o homem “sadio” é aquele que vive rodeado de vozes.
Para a nossa cultura, o homem sozinho, em contato consigo mesmo, é “mente vazia para produção diabólica”, como dito pelo cristianismo; ou pode ser um potencial “perigoso” pois é terreno fértil para duvidar das “verdades” que os mecanismos de poder engendram: o saber, a economia, a cultura, o Estado, etc.
Nossa educação é toda baseada em sutis elementos que silenciam a singularidade. Somos educados para o gregário, para viver como iguais, gostar e fazer o que uma ampla maioria faz, reproduzir o já pensado, etc.; e mais do que isso, aquele que se destaca por alguma singularidade pode ser cogitado a sustentar uma condição de desviante, rebelde, anti-social, individualista (em sentido liberal) entre outros termos já bem compreendidos no itinerário da exclusão.
A felicidade mutilada que o homem moderno inventou, traz como possibilidade para o seu acesso, o total afastamento do homem consigo mesmo. O fracasso está associado àquele que não consegue se jogar nos braços eufóricos das multidões compactuando do entretenimento fugaz e estéril de sentido que é comum para todos.
Este entretenimento como possível fonte de felicidade – não antes como uma forma de fuga desenfreada da solidão que é selada como a imagem do homem fracassado -, não cria e muito menos dá sentido à vida, não tem poder transformador e afasta o homem cada vez mais de si mesmo. O entretenimento da civilização moderna apenas condiciona homens e mulheres a seguirem ideologias, ordenha-os por supostos caminhos tidos como “corretos”.
A solidão que Nit nos fala é um contraposto a essa ideologia, e é elemento essencial do viver na medida em que possibilita ao homem o contato íntimo consigo mesmo. É auscultar o próprio corpo e modelar-se a si mesmo a partir das potencialidades da vida. Nessa relação livre de todo peso valorativo, está posto o reconhecimento da vida enquanto tragédia, e é justamente no sofrimento da tragédia que pode erigir a alegria e a afirmação incondicional do viver, tal como faziam os gregos pré-socráticos.
Nietzsche muda de órbita todo aquele sentido de “mal” que o homem moderno dá ao sofrimento e a dor. É reconhecendo nossa própria condição de horror que podemos contemplar o gozo e a alegria. Não se trata de aceitação nem conformismo, mas é por essa condição de relação “para além do Bem e do Mal” para com o sofrimento e a dor, que podemos nos empenhar em ações criativas do viver, dando sentido e significados a tragédia da vida. Em outras palavras, sem a dor e o sofrimento, onde haveria material em potencial para o homem fazer música alegre para o seu viver?
Há milênios a humanidade tem construído sua vida sob a ordem do gregário, este homem reconhece o que é bom para si a partir da legitimação do que é bom para a maioria. O próprio rebanho trata de punir aquele que se desgarra, colocando-o, como já dito, em alguma categoria patológica.
Nietzsche reconhece a difícil tarefa desse homem que já nasce em rebanho e é condicionado a ver o mundo dentro de uma perspectiva que é tida como “certa” (E tu fizeste parte do rebanho durante muito tempo. A voz do rebanho continuará ressoando dentro de ti.), de modo que “tornar-te quem tu és” não é algo possível dentro da perspectiva limitada de ver o mundo ordenado por essências.
Para ascender ao caminho que nos é próprio, relacionar-se com a vida e desfrutar daquilo que nos agrada sem precisar passar pela legitimação social do que é “bom”, o homem precisa superar o homem: transvaloração de todos os valores. Este é o caminho que Nietzsche ao longo de todo seu pensamento vai apontar.
Derrubando o peso dos valores o singular se liberta das correntes que lhes fora imputada pela força do hábito, pelo que foi convencionalmente chamado de “certo” ou “errado” em algum momento porque foi útil para um grupo de pessoas.
É necessário chamar atenção daqueles que, já bem condicionados pelo rebanho, certamente tomarão a proposta de Nietzsche como algo que transgride para a barbárie. Acostumados a separar o mundo em bom/mau, certo/errado, bem/mal, verdade/mentira entre outros pesos deformantes da vida, terão cristalizados uma ideologia que é cega para reconhecer que o além-do-homem não busca superioridade a partir da inferioridade da alteridade. Este homem é antes aquele que faz da sua própria vida uma obra de arte.
O caminho da solidão de Nietzsche não é o caminho do homem que se isola dos seus semelhantes, é o caminho daquele que sabe que não há nenhuma essência no mundo que regula o “certo” e o “errado”, e portanto vai ao encontro consigo mesmo, ouvir o seu corpo, seus órgãos e seu intelecto, e descobrir uma vontade de potência que lhe possibilite uma relação mais legítima com a vida.
Porém, qual o homem que está disposto a reservar um tempo para o deleite consigo mesmo? Qual aquele que tem coragem de vasculhar o seu horrendo interior onde coabitam “anjos” e “demônios”? É necessário ser forte para olhar para si próprio e se deparar com uma cacofonia de vozes, contraditórias e conflitivas, umas sobre as outras, querendo sobressair. És forte, tu, o suficiente, para isso? – Pergunta-nos Nietzsche.

* Imagem: Noite, Pietkra

http://www.eternoretorno.com/2008/10/27/as-muitas-vozes-da-solidao-de-inimiga-a-amiga/

A solidão é um "assassino oculto" do idoso

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Britânicos promovem campanha contra o fim da solidão na velhice.

A solidão é o "assassino invisível" do idoso, que ameaça a saúde, tanto quanto a obesidade ou o tabagismo. O alerta é de uma campanha – Campaign to EndLoneliness – organizada por ONGs britânicas, que alegam que o custo emocional da solidão pode ser conhecido, mas os danos físicos provocados por ela têm sido negligenciados.

Segundo os promotores da campanha – Age UK Oxfordshire, Counsel and Care, Independent Age e WRVS – um em cada dez idosos britânicos sofre de solidão intensa, o que conduz a um risco aumentado de depressão, que favorece o desenvolvimento de maus hábitos alimentares e de práticas sedentárias, que excluem a atividade física do cotidiano. A falta de interação social aumenta as chances do idoso de sofrer com doenças degenerativas, como o Alzheimer.

O maior objetivo dos organizadores é sensibilizar os profissionais de saúde para a relação entre saúde precária e solidão na terceira idade. Por meio da divulgação de uma pesquisa, as entidades chamam atenção para uma conscientização social sobre o "horror da solidão" e seu "impacto pernicioso" sobre as pessoas mais velhas.

De acordo com o estudo das ONGs, realizado com 2.200 pessoas, apenas uma em cada cinco tinha ciência que a solidão é um fator de risco para a saúde. No Reino Unido, a solidão entre os idosos está aumentando, em parte, devido ao maior número de idosos morando sozinhos (mais da metade das pessoas com mais de 75 anos de idade vive sozinha) e, em parte, devido à dispersão das

famílias.

A Organização Mundial da Saúde já classifica a solidão como um fator de risco para a saúde maior que o tabagismo e tão grande quanto a obesidade.

Riscos da solidão na terceira idade

"Além dos custos sociais e econômicos, precisamos considerar as implicações emocionais e psicológicas de um número crescente de pessoas mais velhas, no Brasil e no mundo. Este é o aspecto mais interessante da campanha britânica. Não podemos ficar alheios ao tema", defende a médica Renata Diniz, que dirige a VR MedCare, empresa especializada em cuidados médicos na terceira idade.

O isolamento social e longos períodos de solidão podem levar o idoso a desenvolver um quadro de depressão. "A depressão é frequentemente uma doença crônica, com episódios de recorrência e de melhoria. Cerca de um terço dos pacientes com um único episódio de depressão apresentará outro episódio dentro de um ano, após a descontinuação do tratamento. E mais da metade terá uma recorrência em algum momento de suas vidas. Até o momento, mesmo antidepressivos mais modernos não conseguiram alcançar a remissão permanente na maioria dos pacientes com depressão profunda, embora a medicação padrão seja muito eficaz no tratamento e na prevenção dos episódios agudos da doença", diz a médica.

Por provocar um intenso sofrimento da alma, do corpo e da mente, a depressão é a principal causa de até dois terços de todos os suicídios. Homens deprimidos são mais propensos a cometer suicídio do que as mulheres deprimidas. "Preocupações suicidas ou ameaças de suicídio entre idosos devem sempre ser tratados com seriedade, sempre", alerta Renata Diniz.

A depressão profunda em idosos pode reduzir o tempo de vida, independentemente de qualquer doença pré-existente. A diminuição da atividade física e a falta de convívio social certamente desempenham um papel importante na associação entre a depressão e a gravidade de diversas doenças que acometem os idosos, tais como:

* Doenças cardíacas e ataques cardíacos: a depressão aumenta a severidade de um ataque cardíaco e pode até prejudicar a resposta do paciente à medicação para doenças cardíacas. Embora as pessoas com doenças cardíacas possam tornar-se deprimidos, isso não explica totalmente a ligação entre os dois problemas. Os dados científicos sugerem que a depressão em si pode ser um fator de risco verdadeiro para a doença cardíaca, bem como para sua gravidade aumentada. Uma série de estudos indica que a depressão tem efeitos biológicos sobre o coração, incluindo um maior risco de coagulação do sangue, alterações do ritmo cardíaco e fluxo sanguíneo do coração prejudicado. "Quanto mais grave a depressão, mais perigosa ela é para a saúde cardíaca. Mesmo em sua forma mais leve – que inclui sentimentos de desesperança experimentados ao longo de muitos anos – a depressão pode prejudicar a saúde cardíaca", explica a médica Vanessa Morais, que também dirige a VRMedCare, empresa especializada em cuidados médicos na terceira idade;

* Aumento da sensação de dor: "a depressão coincide com o aumento da dor em pessoas idosas com condições como artrite ou fibromialgia", afirma Vanessa Morais;

* Câncer: a relação entre depressão e câncer tem sido examinada há anos com algumas claras associações, como no câncer de pâncreas e mama. "Certamente a depressão e a ansiedade tem um impacto profundo na qualidade de vida dos idosos com outros tipos de câncer", diz a médica (com MW- Consultoria de Comunicação).

Solidão e Família

 
 
O psicólogo doutor Ary Nepote participou do Programa Paraguassú Notícias onde falou sobre o tema Solidão e Família.
 A entrevista não ficou restrita apenas aos temas propostos pelos apresentadores Nathy Senna e Antonio Rocha, vários ouvintes ligaram e participaram da programação com questões e indagações ao psicólogo.
Os primeiros questionamentos dos apresentadores para o entrevistado foram sobre os vários problemas que tem preocupado a sociedade como um todo.
 

Indagado sobre a solidão, o psicólogo de Ary Nepote, explicou sobre a diferença sobre depressão e solidão. “As pessoas confundem muito os conceitos, entre solidão e depressão, seria interessante que as pessoas colocassem na cabeça que a solidão é experiência que em muitos casos pode se transformar em depressão”, explicou.
Para fugir da proposta da entrevista, a maioria dos ouvintes participaram do programa fazendo questionamentos sobre drogas e os malefícios que ela provoca. Durante a entrevista, Nepote responsabilizou a falta de estrutura das famílias como o principal fator que tem sido responsável em levar muitos jovens a usar drogas.
“Percebemos hoje uma grande quantidade de jovens usando drogas, isso se dá pela falta de estrutura e embasamento nas famílias”, afirmou o psicólogo, enfatizando que, “isso também acontece porque a maioria das famílias não moram mais juntas, elas morrem juntas, convivem no mesmo espaço, mas se isolam”, salientou.
Além de drogas, família e solidão, outra abordagem dos apresentadores para o entrevistado foi sobre o bwllyng, problema que tem encontrado espaço na maioria das escolas atualmente. Finalizando a entrevista, Nepote reafirma mais uma vez para a equipe do Paraguassú Notícias que também no caso do bwllyng, o papel da família mais uma vez é fundamental. “Se a criança chega em casa chateada e magoada, a família tem que saber como tratá-lo pois esse é o tratamento que irá colaborar para não criar frustrações no adolescente”, orientou.

Clécia Rocha
 
 

Solidão por escolha


Um poema - A solidão


 A SOLIDÃO Ó solidão! À noite, quando, estranho, 
Vagueio sem destino, pelas ruas, 
O mar todo é de pedra... E continuas. 
Todo o vento é poeira... E continuas. 
A Lua, fria, pesa... E continuas. 
Uma hora passa e outra... E continuas. 
Nas minhas mãos vazias continuas, 
No meu sexo indomável continuas, 
Na minha branca insónia continuas, 
Paro como quem foge. E continuas. 
Chamo por toda a gente. E continuas. 
Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas. 
Invento um verso... E rasgo-o. E continuas. 
Eterna, continuas... Mas sei por fim que sou do teu tamanho! 

Pedro Homem de Mello, in "O Rapaz da Camisola Verde"




O que é a Solidão??



 
A solidão é uma condição interior do Homem, uma sensação de carência absoluta, de um objetivo ou um desejo que sempre se desloca, gerando na alma esta percepção da falta. Os religiosos afirmam que este sentimento de separação, de desvinculação com alguma coisa que não se pode definir, indica que o ser humano está apartado do Criador, sinônimo de Eu Superior, Self ou o Todo no âmbito da psicologia.
Sociologicamente pode-se dizer que a solidão é fruto da marginalização social, da exclusão do indivíduo da sociedade convencional, por inadaptação ou pela recusa em seguir determinados parâmetros fixados socialmente. De acordo com esta ciência, quem não consegue conviver com as pessoas é, de certa forma, expulso do meio, e assim se sente sozinho.
Atualmente, com a conquista de uma liberdade financeira cada vez maior, muitas pessoas, independente de sexo ou faixa etária, vivem sós, mas não se sentem necessariamente sozinhas, pois elas revelam estar bem assim, pois optaram por esta condição existencial, o que não significa que elas foram excluídas ou se auto-exilaram da vida social, mas apenas que escolheram manifestar sua independência desta forma. Mesmo porque alguém pode estar no meio de uma multidão e assim mesmo se sentir sozinho.
Para o filósofo alemão Martin Heidegger, a solidão é o estado inato do Homem, cada ser está por si só no mundo. Assim, cada indivíduo nasce sozinho, morre na mesma condição e vive suas experiências pessoais também desta forma, por mais que esteja sempre cercado de outras pessoas, pois ninguém pode vivenciar seu aprendizado, cabe a cada um enfrentar sua própria travessia.
Cada ser enfrenta sua solidão de forma diferente, o que explica porque os distúrbios psíquicos afetam alguns, e não outros. Algumas pessoas aceitam sua condição e nela percebem a possibilidade de serem independentes, são assim verdadeiras; outras se sentem desamparadas, culpam a Deus e a todos por se sentirem sós, ficam paralisadas e buscam no outro a proteção que deveriam buscar em si mesmas, sacrificando sua personalidade.
A solidão pode provocar sentimentos negativos, como a angústia, esta emoção perturbadora que nasce da consciência da morte, não só da finitude orgânica, mas do fim de cada potencialidade da vida, de cada anseio, de cada propósito. Toda ruptura, toda separação, leva à sensação de perda e, consequentemente, à solidão.
O sentimento da solidão também nasce da incapacidade das pessoas de se voltarem para si mesmas, de mergulharem no processo de autoconhecimento. Desta forma elas se distanciam de si mesmas e passam a procurar no outro o que deveriam buscar em seu íntimo.
  O Homem deve aprender a ser só, a aceitar este estado natural, preparando-se assim para viver plenamente e concretizar suas metas. Pretender que não se está sozinho e não se alimenta a angústia na alma e tentar amenizar estas sensações vivendo a vida do outro, não soluciona em ninguém o problema da solidão. 



Solidão, que nada!



“Em dia com a Psicologia”
Solidão, que nada!



É muito comum encontrarmos pessoas preocupadas com a solidão ou em como lidar com ela. Solidão parece estar muito mais relacionada à um sentimento do que à falta real de companhia. Pode-se sentir solidão mesmo estando entre muitas pessoas.

Para analisar em particular cada caso de solidão é importante “mapear” esse sentimento, descobrindo quando ele aparece com mais intensidade, quando é mais fraco, quais são as situações em que ele aparece ou quem está presente ou se ausenta quando ele aparece. Esse mapeamento ajuda a gente 

a se conhecer melhor e a lidar melhor com os sentimentos.

Pode ajudar também a procurarmos fazer coisas que nos façam sentir bem.

Refletir sobre a solidão leva à reflexão sobre os relacionamentos humanos. Muitas vezes colocamos expectativas altas demais em relação a uma outra pessoa ou interpretamos as coisas que acontecem de uma maneira que nos faz sofrer mais que o necessário. É comum a gente pensar coisas do tipo `o que eu fiz de errado para ela me tratar assim?’ ou ‘as pessoas estão com raiva de mim’ ao invés de nos concentrarmos no que aconteceu e buscarmos soluções concretas.

Um aspecto interessante a ser lembrado é que nossas atitudes para com as outras pessoas influenciam as atitudes que elas têm com a gente. É uma via de mão dupla, uma troca. Assim como as outras pessoas sinalizam se estão bem ou mal e o que esperam de nós, nós também determinamos ou damos sinais de como os outros devem agir conosco. Damos dicas de que não queremos intimidades ou de que queremos nos aproximar. No entanto, nem sempre sabemos se estamos dando corretamente essas dicas ou se elas estão sendo interpretadas como gostaríamos. Às vezes, é necessário reavaliar a maneira pela qual damos esses sinais aos outros, perguntando-nos, por exemplo, ‘se uma outra pessoa agisse comigo da maneira como eu estou agindo, como eu entenderia? o que eu faria?’.

Essa reavaliação pode ser útil para descobrirmos novas formas de interagir com o mundo que diminuam a solidão e outros sentimentos ruins e que tragam mais oportunidades para que os sentimentos bons apareçam.

Fonte: Instituto de Psicologia Comportamental
Luciana Rosa Machado

Tormento da solidão


"A solidão é e sempre foi a experiência central e inevitável de cada ser humano". Essa afirmação não é da minha autoria (não costumo ser dogmático), mas do escritor Thomas Wolfe. "Bobagem", dirão os eternos críticos, que vêem defeitos em tudo e imperfeições em todos. São aqueles indivíduos chatos, que fazem questão de ser "do contra", desagradáveis e antipáticos, e que emitem juízo a torto e a direito, sobre tudo e sobre todos, sem que seja solicitada a sua dispensável opinião e dos quais buscamos fugir.

Só para contrariar, tais pessoas juram que nunca se sentiram sozinhas. Claro que mentem! E desavergonhadamente! Garantem que contam até com excesso de companhia para o seu gosto. Arrolam, como suposta prova de superpopulação em suas vidas, uma multidão de parentes e amigos, que não os deixariam nunca ficar sós. Grandes tolos, que vêem, mas não enxergam!

A solidão a que Wolfe se refere não é a da ausência dos outros ao nosso redor. É mais profunda, e, portanto, mais trágica, posto que difícil (senão impossível) de suprir ou mesmo de remediar. É a caracterizada pela carência de comunicação. Não aquela superficial, dos gestos ensaiados e das palavras ditadas pelas convenções, mas a real, a verdadeira, a genuína: a dos nossos mais recônditos sentimentos e inconfessáveis inquietações. Para que esta se concretize, faltam palavras e símbolos.

Esses tormentos, os da incomunicabilidade e da incompreensão, temos que suportar sozinhos, sem podermos compartilhar, sequer (e muitas vezes principalmente), com aqueles a quem mais amamos e em quem depositamos irrestrita confiança. O principal motivo é que nossas emoções são tão complexas e individuais, que não conseguimos nem mesmo verbalizar o seu conteúdo. Temos só uma vaga e truncada intuição acerca da sua natureza e extensão. Como queremos que os outros compreendam um sentimento que temos, de fato, mas que não entendemos o que é e nem sabemos definir como se manifesta?

Aliás, a rigor, sequer conhecemos, com razoável aproximação, "o que" sentimos ou "o que " nos inquieta. É uma sensação vaga, imprecisa, intermitente e por isso irremediável. Nossa busca pela razão está apenas no princípio, embora, de maneira arrogante, achemos que somos sumidades de racionalidade. Nossa distância mental com os animais irracionais, no entanto, é ínfima, é muito reduzida.

A pior das solidões é a que sentimos quando acompanhados, no meio de uma multidão. Não se trata de uma questão quantitativa, mas de compreendermos os outros e nos fazermos compreendidos por eles. Maridos e mulheres, pais e filhos, irmãos, parentes de quaisquer graus ou amigos, por mais íntimos que sejam, por maior afinidade que tenham conosco ou por mais que necessitemos de suas presenças, jamais nos completam. A maioria dos sentimentos, das emoções, dos medos e das inquietações temos que suportar de forma absolutamente solitária.

Quanto mais racionais nos tornamos, mais temos que aprender, e nos acostumar, a conviver com a solidão. Nossa evolução não é acompanhada, necessariamente, pela dos que nos rodeiam. Estes, muitas vezes, até regridem, o que é mais comum do que se pensa. Entregam-se a superstições, escondem-se no álcool, nas drogas, ou em diversões baratas e banais, que não passam de perda de tempo, evitando o incômodo encontro consigo próprias, numa tentativa desesperada (e inútil) de preencher esse vazio na alma que sentem, mas não sabem definir. Não suportam encarar suas fraquezas, patifarias e defeitos.

No silêncio do meu quarto, às voltas com minhas indefiníveis inquietações, pensando nas pessoas que sofrem de males mais palpáveis e concretos do que os da solidão, como fome, frio, dores provocados por doenças incuráveis e pelos maus tratos recebidos da vida, carentes de absolutamente tudo e muitas vezes ansiando, desesperadas, por alguém que somente as ouça, as valorize e as trate uma única vez com dignidade e respeito, faço, ansioso por uma resposta que sei de antemão que não terei, a mesma pergunta que o compositor Paul McCartney fez, na inspirada letra da canção "Eleanor Rigby", sucesso dos Beatles: "Haverá um lugar especial para os solitários?" Ou, para ser mais preciso em relação aos meus anseios, indago: "Haverá um lugar especial onde possamos estabelecer comunicação total com os semelhantes, sem precisar de palavras?" Fica a pergunta no ar...Mas acredito que não!





  Caminho solitário muitas  vezes é opção 


Foi a busca por reflexão que levou o empresário Denis Rezende, 29, a descobrir o que se transformaria em uma de suas maiores paixões: peregrinar sozinho. "Eu era muito acelerado e vivia tendo problemas de gastrite, pressão. Estava atravessando uma época de muitos problemas e comecei a buscar espiritualidade. Foi quando decidir fazer o caminho de Santiago", relata.

Antes, Rezende já tinha feito uma caminhada mais curta --o caminho inca até Machu Pichu, que durou três dias. Já para percorrer a trilha de peregrinação espanhola, caminhou durante um mês desacompanhado.

"Os primeiros dias são realmente difíceis. Andando sozinho e calado você começa a acessar suas zonas de sombra. Todos os problemas que influenciam seu dia-a-dia vêm à tona. Todas as suas questões obscuras de relacionamento, todo o seu egocentrismo, tudo o que você passou e não aceitou ao longo da vida lhe acomete. Eu chegava a acordar deprimido e aflito", lembra.

Ele conta que o desconforto do enfrentamento consigo mesmo durou cerca de uma semana. "Depois de vários dias superdimensionando qualquer dor física e chorando por qualquer coisa, passei a acordar subitamente disposto. Dormia às 20h e levantava antes do sol, muito feliz por ter de andar", conta. O empresário concluiu o caminho colecionando episódios de tempestade, frio e muitas horas sem sequer ver outro ser humano.

Depois do caminho de Santiago, Rezende fez outras peregrinações. No Brasil, percorreu o caminho da fé, que liga as cidades de Águas da Prata e Aparecida do Norte, por 12 dias. "Esse foi o de maior provação porque a infra-estrutura é muito precária. Um amigo tentou me acompanhar, mas acabou desistindo, e eu segui", diz.

"Mudou minha vida. Hoje sei que preciso de momentos de isolamento. As pessoas estão desacostumadas a ficar sozinhas, a usufruírem da própria companhia. Nas suas inseguranças, ficam buscando apoio de todo mundo, perguntando o que fazer. Mas as respostas estão mesmo dentro de cada um. Aprendi que esse é o meu melhor modo de acessar minhas respostas. Freqüentemente vou à casa que tenho em Atibaia e caminho 20 km acompanhado apenas do meu cachorro", diz.

A próxima peregrinação solitária está agendada para janeiro, quando ele percorrerá o caminho do sol, que liga Águas de São Pedro a Santana do Paranaíba, em São Paulo.

Em casa, o espaço do isolamento é garantido também. Rezende tem um quarto em que costuma parar para "processar os dados". "Tenho um quarto em que estão meu computador e meus livros. Faço uma parada por lá quase diariamente. Por um tempo foi difícil para a minha mulher e para a minha filha entenderem minha necessidade de estar sozinho. Mas, após anos, elas acabaram se acostumando. Hoje convivem bem com isso, compreendem que aquele é meu espaço de reflexão e não chegam perto", afirma.

AUTOCONHECIMENTO

A gerente Maristela Amaral, 26, também fez das viagens internacionais sozinha atalhos para o autoconhecimento.

Em 2002, foi visitar a Austrália sem companhia nenhuma. A idéia era ficar por lá durante quatro meses --acabou passando dois anos. Há três meses, fez outra jornada solitária. Dessa vez o destino de Maristela foi a América Latina.

"Acho que essas viagens são fundamentais para que eu aprenda mais sobre os meus próprios limites. Quando você está sozinho em outro país, começa inevitavelmente a se perguntar quem é; o que é capaz de fazer pelas pessoas e o que não é de fazer; até onde consegue dividir o que é seu, por exemplo."

Ela conta que, obviamente, há uma série de dificuldades também. "Tem horas em que a insegurança te toma de assalto, momentos em que a solidão vem com muita força. Estava viajando pelo Peru e pela Argentina sem planos e comecei a sentir muita falta do meu pai, que morreu há um ano. É muito contato consigo mesmo, falta alguém com quem vibrar ou com quem dividir as coisas boas e ruins que vão acontecendo. Ali é você com suas emoções", descreve.

Maristela diz que pretende repetir a dose. "Agora me acostumei. Quero fazer outras viagens. Tenho férias em períodos do ano em que as pessoas estão geralmente ocupadas, então acaba sendo unir o útil ao agradável."


 Fonte: TATIANA DINIZ da Folha de S.Paulo

DIREITOS CIVIS 

O Estatuto do Idoso

Após sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou 
abandonar cidadãos da terceira idade. Veja os principais pontos do estatuto:

Saúde

O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses.
Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade.
O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.

Transportes Coletivos
Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício aos idosos. A carteira de identidade é o comprovante exigido.
Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível.
Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.

Violência e Abandono

Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão.
Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa.
Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão.
Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.

Entidades de Atendimento ao Idoso
O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso.
A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público.
A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.

Lazer, Cultura e Esporte
Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.

Trabalho
É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer.
O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.

Habitação
É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.


               Solidão: Um Sinal de Depressão 

 

 


A minha motivação inicial era abordar o tema “Depressão”, porém, considerando a importância e o volume de informações a respeito, decidi por apresentar alguns artigos que, juntos, darão uma visão interessante a respeito desse transtorno, o qual, até o ano 2020, será a doença com o segundo maior número de ocorrências no mundo inteiro, superado apenas pelos problemas cardíacos. A depressão é um quadro que abrange o organismo todo, que compromete o orgânico, o afeto e o pensamento, e que altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas, sendo um dos principais sintomas, a solidão, ou o isolamento social, tema que será apresentado nesse artigo.
A solidão é uma manifestação humana que considero de extrema preocupação, dado ao sofrimento que a pessoa sente, ao ver-se, ainda que fantasiosamente, sozinha no mundo. Essa percepção de solidão pode referir-se aos amigos, à família, ambiente de trabalho, enfim, a todas as situações onde, havendo a possibilidade da interação social, o depressivo não a vivencia, acabando por ser inundada pelo sentimento de estar só, no caso em que me refiro, à perda das relações interpessoais. Para melhor compreender o conceito de solidão, Gomes (2001) tenta defini-la em termos sociológicos, de acordo com os quais é subproduto da construção social do indivíduo. Ao afirmar sua individualidade, o homem afirma também a fragmentação do universo social e o isolamento do outro. Esse isolamento, porém, pode tornar-se insuportável e gerar a tentativa de ser superado por meio da relação interpessoal. Do ponto de vista sociológico, a solidão é, assim, o resultado da produção social de um homem "egocentrado", individualista, narcisista. Na visão psicológica, a solidão caracteriza-se pela falta de afetos do outro e está intimamente relacionada com o sentimento, com a sensação de se estar só. A outra pessoa, mesmo estando próxima geograficamente, não é percebida como um ser que realiza a aproximação psicológica, logo, é visto como aquele a quem falta interação e comunicação emocional.
É importante considerarmos, também, que os tempos atuais, marcados por grandes avanços científicos e tecnológicos e pela expansão dos meios de comunicação, tem gerado uma crescente solidão no ser humano haja vista que esta comunicação está altamente comprometida devido ao estilo de vida individualista e consumista. Assim, a solidão assume uma posição de relevância entre os mais graves problemas que desafiam a cultura e o homem. O mundo da tecnologia e da crescente expansão dos meios de comunicação tem, cada vez mais, produzido indivíduos solitários. O desenvolvimento tecnológico, com suas extraordinárias potencialidades de humanização e de socialização, contrapõe-se à crescente solidão e ao individualismo gerados nas relações sociais. O individualismo narcisista aparece como sintoma social nas sociedades ocidentais contemporâneas e produz a solidão, a sensação de vazio, de falta, no homem: A falta ou, melhor dizendo, a suposta falta, levará a comportamentos de compensação ligados ao consumo, tais como comprar e comer. Trata-se de ingerir, de se completar, de tentar preencher o que falta, ou o vazio, gênese da baixa auto-estima de um mundo individualista que dá lugar à solidão. Além disso, há a “revolução sexual”, onde a troca sistemática de parceiros pode esconder uma comunicação humana de muito desespero e solidão, tornando a busca do encontro sexual uma necessidade obsessiva de alimento contra o vazio, no que denomina 'os viciados em amor', gerando a robotização da sexualidade com graves prejuízos emocionais.
E como escapar da solidão? A psicoterapia é um poderosa via para isso pois mostra-se como uma oportunidade de usá-la como recurso poderoso, capaz de fazer a pessoa entrar em contato consigo mesmo para, a partir daí, amadurecer e melhorar significativamente seus relacionamentos. Confronta-se a solidão desenvolvendo os recursos interiores, a força e o senso de direção, usando-os como base de um relacionamento significativo com outros seres humanos. Os indivíduos “artificiais” tornam-se cada vez mais solitários, por mais que se apóiem nos outros, pois gente vazia não possui a base necessária para aprender a amar.
A psicoterapia também pode ajudar a pessoa a reverter alguns traços muito comuns da depressão: imagens negativas sobre si próprio, sentimentos negativos em relação ao futuro e baixa auto-estima. O estabelecimento de uma relação psicoterapêutica de suporte é habitualmente crucial, inclusive no tratamento dos doentes psiquiátricos, independentemente do seu diagnóstico. Mas atenção: não há "técnicas milagrosas"! A psicoterapia demanda um tempo pois considera o real potencial e o gênio inato de cada um. Na terapia, o processo de crescimento deve ser consistente. Deve-se preencher os buracos da personalidade para torná-la novamente inteira e completa, estimulando-se uma maior auto-aceitação e o processo de crescimento humano. De modo bastante simplório, podemos dizer que a psicoterapia é um ginástica para a alma, que dentre os seus benefícios, está o fortalecimento das condições individuais para a melhoria das relações sociais e, por conseguinte, do desaparecimento da sensação de solidão. Pratique psicoterapia: Procure um Psicólogo!

. PSICÓLOGO PAULO CESAR

Abandono de idosos em asilo!




Causas comuns da solidão

 

As pessoas podem sentir solidão por muitas razões e muitos eventos da vida estão associados a ela. A falta de amizades durante a infância e adolescência ou a falta de pessoas interessantes podem desencadear não só a solidão, mas também a depressão e o celibato involuntário. Ao mesmo tempo, a solidão pode ser um sintoma de um outro problema social ou psicológico, que deveria ser tratado.
Muitas pessoas passam pela experiência da solidão pela primeira vez quando são deixadas sozinhas quando crianças. É um pensamento muito comum, embora temporário, em consequência de um divórcio ou a perda de algum relacionamento afetivo de longa duração. Nesses casos, a solidão pode ocorrer tanto por causa da perda do outro indivíduo quanto pelo afastamento do círculo social do qual ambos faziam parte, causado pela tristeza associada ao evento.
A perda de alguém significativo na vida de uma pessoa tipicamente provoca um período de lamentação, onde o indivíduo sente-se sozinho mesmo na presença de outros. A solidão pode ocorrer também após o nascimento de uma criança, um casamento ou outro evento socialmente disruptivo, como a mudança de um estudante para um campus universitário. A solidão pode ocorrer dentro de um casamento ou relacionamentos íntimos similares quando há raiva, ressentimento ou quando o amor dado não é correspondido. Pode também representar uma disfunção de comunicação. Aprender a lidar com mudanças de estilos de vida é essencial para superar a solidão.


Na sociedade moderna 


A solidão ocorre com frequência em cidades densamente populosas; nestas cidades muitas pessoas podem se sentir totalmente sozinhas e deslocadas, mesmo quando rodeadas de pessoas. Elas sentem a falta de uma comunidade identificável numa multidão anônima. É incerto se a solidão é uma condição agravada pela alta densidade populacional ou se é uma condição humana trazida à tona por tal estrutura social. De fato a solidão ocorre mesmo em populações menores e menos densas, mas a quantidade de pessoas aleatórias que entram em contato com o indivíduo diariamente numa cidade grande pode levantar barreiras de interação social, uma vez que não há profundidade nos relacionamentos, e isso pode levar à sensação de deslocamento e solidão. A quantidade de contatos não se traduz na qualidade dos contatos.
A solidão parece ter se tornado particularmente prevalente nos tempos modernos. No começo do século XX as familias, eram tipicamente maiores e mais estáveis, os divórcios eram raros e relativamente poucas pessoas viviam sozinhas. Hoje, há uma tendência de inversão desses valores: cerca de um quarto da população dos Estados Unidos vivia sozinha em 1988. Em 1995, 24 milhões de estadunidenses viviam sozinhos em casa; em 2010, estima-se que este número chegará a cerca de 31 milhões.
Um estudo de 2006 da revista American Sociological Review descobriu que os estadunidenses tem, em média, dois amigos próximos com quem trocam confidências, abaixo da média de três encontrada numa pesquisa similar em 1985. O percentual de pessoas que declararam não ter amigos confidentes cresceu de 10 para quase 25%, e 19% adicionais disseram ter somente um único amigo confidente (geralmente o cônjuge), aumentando o sério risco de solidão no caso do fim de tal relacionamento.

 

Tratamento

Existem muitas formas diferentes para tratar a solidão, o isolamento social e a depressão. O primeiro passo, e o mais frequentemente recomendado, é a terapia. A terapia é um método comum e efetivo de se tratar a solidão, e geralmente é bem-sucedido. Terapias curtas, o tipo mais comum, geralmente se estendem por 10 a 20 semanas. Durante a terapia, enfatiza-se a compreensão da causa do problema; reverter os pensamentos, sentimentos e atitudes negativas resultantes do problema; e explorar as formas de melhora do paciente. Alguns especialistas recomendam a terapia em grupo como uma forma de se conectar a outras pessoas que passam pelo mesmo sofrimento e estabelecer assim um sistema de apoio. Especialistas frequentemente prescrevem antidepressivos como tratamento ou em conjunto com a terapia. Geralmente ocorrem algumas tentativas de combinações de drogas até que uma combinação mais adequada seja encontrada para o paciente — essa combinação é encontrada pelo método da tentativa-e-erro. Alguns pacientes podem desenvolver uma resistência a certos tipos de medicação e necessitar de uma mudança periodicamente.
Abordagens alternativas são sugeridas por alguns especialistas. Tais tratamentos incluem exercícios físicos, dieta,hipnose,choques elétricos,acupuntura,fitoterapia, entre outros. Muitos pacientes relatam que a participação em tais atividades aliviaram os sintomas relacionados à depressão, total ou parcialmente. Um outro tratamento, tanto para depressão quanto para a solidão, é a terapia de animais de estimação, ou terapia através da presença de animais de companhia, como cachorros,gatos,coelhos e até mesmo porquinhos-da-índia. De acordo com a agência Centers for Disease Control and Prevention , existem vários benefícios associados aos animais de estimação. Além de atenuar a sensação de solidão (mesmo porque isto pode também levar à socialização com outros donos de animais semelhantes), ter um animal de estimação diminui a ansiedade e, consequentemente, os níveis de stress no organismo.

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 


“Idiota é quem não sai de si. Age como se nada lhe fosse dado, como se os outros só existissem para servi-lo, como se viesse dele tudo o que ele é”.( Martim Heráclito)
Elis Regina
Vale a pena ouvir!

O abandono de idosos nos asilos do Brasil.

Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara percorreram algum tempo atrás asilos do País e constataram que idosos vivem em situação de abandono e sem tratamento adequado nessas instituições.

Acomodações inadequadas e falta de atendimento médico e psicológico foram alguns dos problemas que os deputados encontraram em asilos de São Paulo, Rio, Recife e Curitiba. Depois de uma semana de visitas, a constatação da Comissão é que os asilos brasileiros condenam o idoso ao mais completo e cruel abandono.
"O que nós estamos assistindo no Brasil é um padrão de internação, de asilamento desqualificado, onde muitas vezes esses idosos estão numa situação de abandono, seja familiar, ou até nas próprias instituições. Eles ficam, rigorosamente, aguardando a morte em silencio.”
Um estudo aponta que a trajetória até o asilo tem uma única causa: a rejeição. Essa rejeição tem várias motivações: a falta de tempo, as condições da vida moderna. Na verdade, existe uma série de coisas que podem servir como tentativa de justificativa. Mas o que acontece é um individualismo exacerbado, prejudicando quem não representa mais o paradigma de indivíduo proposto pela sociedade.

O abandono é uma queixa muito freqüente nesses casos. Filhos e parentes deixam o idoso no asilo e passam anos sem visitá-lo. Um dos casos mais marcantes foi o de uma senhora deixada no local pelo filho, com a promessa de que ficaria lá por quinze dias. A justificativa era uma reforma na casa da família, que poderia ser prejudicial à saúde da idosa. Passaram-se nove anos até o dia da entrevista e ela ainda aguardava o dia de voltar pra casa.
Muitas mulheres entrevistadas nasceram no interior do Estado e se encaminharam para a capital em busca de trabalho. Elas se empregaram como domésticas em residências de Belém e ficaram a vida toda na casa de uma mesma família. Depois de ajudar na criação de filhos e netos, chegou a velhice e, então, essas pessoas não tinham mais condições de arcar com os afazeres domésticos, sendo encaminhadas para o asilo. A essa altura é muito comum que elas  não mantenham seus laços familiares originais.

A sociedade esconde o idoso porque na verdade não consegue se ver no idoso. É como se ela estivesse rejeitando aquilo que ela é. Ele representa uma parte dela não aceita. E o pior é que muitas vezes isso envolve agressão.
O Instituto Brasileiro de Ciências Criminais fez um estudo sobre a violência e viu que cerca de 650 mil idosos são agredidos a cada ano.


Segundo o professor Jaime Luis Cunha de Souza , apesar de seu papel desconstrutor, o asilo faz emergir a possibilidade de reconstrução de um novo mundo social para o idoso. Porém, isso acontece em uma dimensão mais restrita. "Eles encontram formas de se relacionar, de ter amizades, namoros, como inimizades também. Não podemos dizer que eles têm uma vida social comum porque é como se vivessem num mundo paralelo. Você tem uma vida, mas não é a que tinha antes. Por isso escolhi esse título para a dissertação. É como se eles fossem exilados para outro local, de costumes estranhos, pessoas estranhas... Então, precisam se readaptar",conclui.
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje são mais de 14,5 milhões de brasileiros com mais de 60 anos. Daqui a 25 anos, esse número deve dobrar. Serão cerca de 30 milhões de idosos vivendo no Brasil, quase a população atual do Estado de São Paulo. O envelhecimento da população brasileira em ritmo acelerado torna a questão dos idosos asilados ainda mais contraditória.
O abandono do idoso em asilos foi tipificado como crime, com detenção de até três anos, mas não há muita divulgação, nem respeito à nova lei que foi sancionada em outubro de 2009.
Segundo o Conselho Nacional de Direitos do Idoso, aproximadamente 15 milhões de brasileiros, a população com mais de 60 anos, serão beneficiados pela nova lei.

Fonte: www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/.../conselho/idoso/